Mais uma coisa que ficamos a dever ao Eusébio: o espetáculo do seu
funeral foi uma lição sobre nós, sobre o melhor e o pior. Sobre o perigo
que corremos com os abutres que cairam sobre ele. A parte genuína, a da
emoçao e da admiração pelos que vencem as barreiras do destino - o
Eusébio era e é um idolo popular. Devia ser ponto final. Mas há a parte
canalha, mas útil (obrigado Eusébio) para tomarmos consciência dos
impensáveis limites de demagogia a que a propaganda chegou. Ficámos
a saber (os que andam distraídos), graças a Eusébio, que o
charlatinismo é hoje o livro de estilo da comunicação social. A
comunicação social portuguesa é hoje uma máquina de charlatinismo, um
vale tudo, um fole de soprar brasas de incendiar emoções. O funeral de
Eusébio ensinou-nos que a comunicação social portuguesa é uma
organização de pirómanos. Não hesitará em incendiar ódios, fabricar
conflitos, explorar o melhor e o pior de cada um para obter um
resultado. Por fim, o funeral de Eusébio revelou que não existe
superlativo absoluto para a falta de senso. A maioria dos repórteres,
jornalistas, comentadeiros, funcionaram (e continuarão a funcionar) como
homens e mulheres bombas. Poucos saem bem deste espetáculo. (Carlos Matos Gomes in Facebook)
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