terça-feira, 3 de julho de 2018

A segunda frase do dia

Joguei enquanto o meu pai estava nas mãos de bandidos. Tive de superar o trauma. Atendi uma chamada a quatro horas do jogo a dizer-me o que tinha acontecido. Estava emocionalmente afetado e tive de tomar a decisão em relação a estar ou não pronto mentalmente para jogar. Estava confuso. Não sabia bem o que fazer, mas no final de contas sabia que não podia dececionar 180 milhões de nigerianos. Tive de me fechar e representar o meu país. Não podia informar os treinadores ou a Federação da situação, que apenas um círculo pequeno de amigos sabia.
Disseram-me que matariam o meu pai mal caso eu denunciasse a situação às autoridades ou contasse a alguém. Não quis comentar com o selecionador, porque não queria que a situação se tornasse uma distração para ele ou para a equipa num dia de jogo tão importante. Por mais que desejasse falar-lhe disso, não podia.
Felizmente o meu pai foi libertado na tarde de segunda-feira. Agradeço à polícia pelos esforços feitos no seu resgate e pelo apoio que recebi de amigos e familiares. Infelizmente o meu pai está agora no hospital, a receber tratamento, em face da tortura de que foi alvo." (John Obi Mikel, jogador da Nigéria)

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