Dia 29, sábado passado, os cozinheiros reuniram-se. Eram 500 tachos, de todos os tamanhos, feitios e ligas. Para o Grande Livro da Cozinha Portuguesa ser aprovado eram necessários 75%, ou seja 375 num universo de 500, mas a proposta recolheu apenas 353, registando 147 contra.
Os tachos que ditaram o chumbo da proposta foram de doze associações de futebol - Angra do Heroísmo, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Horta, Leiria, Portalegre, Porto e Viana do Castelo, além da Associação Nacional dos Enfermeiros e Massagistas.
À saída de tão magna reunião o cozinheiro Lourenço do Porto, mestre de culinária, entre esgares de sorrisos, tiques variáveis e em bicos de pés declarou que a Associação de Futebol do Porto (AFP) defende a legalidade e não está só. Se não a totalidade, uma maioria quase total do movimento associativo pensa assim.
Em causa parece estar a posição e o número de tachos na cozinha. Por mim, que observo atentamente uma data de velhos que nunca deram um pontapé na bola a fazerem figuras tristes resta-me a canção do Quim Barreiros.
Eu sou o mestre de culinária e sei enfeitar a travessa /Vou comprar uma panela de pressão /Para ver se eu cozinho mais depressa.