Sei que não é o momento mais adequado para abordar este tema sobre os patrocínios e apoios. O país está mergulhado numa grave crise económica e social, com dois milhões de pobres, 600.000 ou mais desempregados, com uma dívida externa superior ao PIB e com números recorde nos incumprimentos de empresas e famílias. Mesmo assim, é possível pegar neste tema, que tem algumas vertentes quando se fala no âmbito desportivo. As minhas considerações irão pois, para os desportos ditos individuais, como o ténis, o atletismo ou o judo, entre outros.
Em primeiro lugar, o reduzido ou nulo relevo que a comunicação social dispensa aos resultados dos atletas de todos os escalões etários. Pouco relevo, para ser sincero é uma expressão apaziguadora e como não tenho entidade patronal, nem estou ao serviço de ninguém, substituirei o anterior vocábulo, pela palavra desprezo. Publicação de promoções e boatos nas primeiras páginas e as vitórias importantes condicionadas á forma minúscula e sem relevo. E porquê a Comunicação Social despreza a divulgação de resultados e proezas dos atletas portugueses?
Há uma série de factores que contribuem para este facto, desde logo a má e a notória qualidade dos jornalistas desportivos e outros escribas do desporto, vindos de uma geração complexada com pais do "antes" e filhos do "depois". A geração do entulho, como alguém referiu em conversa privada e que sem paninhos quentes, denuncio. Os exemplos no desporto são mais que muitos. São denunciados diariamente nos debates da TV, nos blogues e nas conversas privadas, evidentemente com expressão e tradução nas vendas da dita imprensa.
Eles fazem batota e da grossa. Porque cada vez que um visado pela critica abre a boca, eles confundem e atribuem intenções diferentes, num autêntico recurso censório, escrevem as chamadas "criticas para inglês ver", as suas palavras escritas dizem sempre exactamente a mesma coisa, e sendo maltratadas são completamente incapazes de falar connosco.
Depois, há o facto notório que são os jornalistas que estão no poder, usarem os seus "escravos" para o trabalho mais árduo, jovens que se licenciaram e aceitam a troco de algum dinheiro a recibos verdes, a humilhação de verter para o papel aquilo que os iluminados determinam. Os jovens têm que sobreviver, aceitam ser domesticados.
Evidentemente, lá mais para a frente, quando reescrever sobre estes sintomas, irei por nomes aos bois, melhor, aos papagaios. Sem medo.
Evidente agora, para todos, porque razões os jornais desportivos não noticiaram, atempadamente uns e nunca outros, a notícia que 3 jovens que foram campeões da Europa e vice-campeões mundiais de ténis. Treinaram brutalmente, estudaram e fizeram baterias de testes e exames, honraram Portugal no estrangeiro e são ignorados pela nossa imprensa, para não falar da TV e dos online, que só aceitam provocar a intriga e o boato, mas pouca informação, a pensar que o público não quer jornalismo quer entretenimento. E se calhar quer.
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