(continuação) Em criança, Federer apresentava indícios claros de jovem muito dotado. As pessoas viam que ele tinha talento. Eu pensava que ele talvez pudesse chegar a top 100, mas nunca se podia imaginar que ele ganharia 16 Grand Slams, não tenho vergonha de dizer, continuou Nilolaus von Vary. Alguns pretendem agora dizer que sabiam que ele tornar-se-ia o número um mundial. Mas quando ele tinha 14 anos isso era impossivel prever. Quando ele ganhou o seu primeiro Grand Slam, eu não queria acreditar. Vê-lo a receber o seu troféu no central de Wimbledon parecia-me irreal. Chorei diante da televisão. Mas, apesar de tudo o momento mais forte para mim, foi vê-los aos dois, Marco e Roger, nas meias finais do Swiss Indoors, no ano passado.
Em adolescente, o jovem Federer não tinha ainda esta fascinante agilidade, esta colocação em campo. Ele não gostava de correr. As duas coisas que mudaram mesmo foram, o seu jogo de pés e a sua cabeça, sublinha von Vary. Ele trabalhou enormemente o seu físico. As mudanças a nivel da sua musculatura das pernas surpreenderam-me uma vez que o vi treinar em Ciba. Ele devia ter 21 anos. Mas a sua força mental deu um grande passo em frente. Ele está muito calmo quando antes era muito emotivo e colérico. Ele enervava-se muito. Ao ponto em que teve de regressar a casa antes do fim do curso, devido a estar furioso.
No TC Old Boys ele teve dois treinadores. Sleppi Kakovsky que depois regressou à República Checa, e depois, Peter Carter, precioso companheiro de viagem num período decisivo, em 2002. Do grupo que apoiou Marco e Roger, naquela época, restavam Misa Purek, velho "sprring partner" e eu, constata von Vary, que não teve mais contacto pessoal com Federer. Unicamente com seus pais, membros passivos do clube. Estive o ano passado em Roland Garros, quando quis bilhetes ele arranjou-me, mas não somos amigos que trocamos de sms. Acabou. Lamento muito, mas é a vida. Com Marco, pelo contrário, nós estamos muito próximos ainda. (continua)
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