domingo, 5 de setembro de 2010

Gente que era pela liberdade e hoje não está na liberdade


Sempre gostei de falar codificado. É uma defesa natural que tenho, e não impede que tenha razão antes de tempo. Atravessamos um período no domínio da comunicação social em que as notícias escasseiam. Por vários motivos. Instalou-se entre nós uma preocupação com o curto prazo. A manipulação escrita e televisiva é muito forte, feita com muita falta de qualidade e especialidade naquilo que se aborda, e é feita por pessoas que pouco sabem. Se quiserem podem ampliar aquilo que digo a outros domínios da vida portuguesa. Os jornalistas e as agências de informação criam imagens e conflitos, e depois adoptam algumas medidas para mostrar que estão a resolver os problemas e as coisas estão a melhorar. Na educação, na economia, no desporto, em todos os sectores da vida portuguesa.

Gente que quer que a informação seja dada, por uma forma a que se passe a imagem de uma realidade que não existe, uma forma da nova censura. Só interessa veicular as ideias que permitam à comunicação social vender muito bem, mesmo que resultem do pouco estudo e conhecimento das matérias. Imagens falsas e virtuais da realidade.

Gente que era pela liberdade e hoje não está na liberdade. Gente da minha geração. Porque das novas, já se sabe. E porquê, as pessoas que tem ideias claras não vêem estes sinais de manipulação e censura? Criam-se conflitos para dizer que se melhora as coisas. A informação que não há - a informação a longo prazo, é a que marca a trajectória. As pessoas começam a sentir-se enganadas.

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