A verdade desportiva ainda é importante para alguns atletas. E quando se trata de jovens é de realçar. Aprecio muito a honestidade e o carácter no desporto. Mais do que uma boa jogada, aprecio os gestos grandiosos. Recentemente, num torneio de ténis juvenil internacional, participaram os melhores dos nossos tenistas de determinado escalão. Estes torneios não têm árbitros de cadeira. Só há árbitro de cadeira na final. Os dois adversários vão jogando e quando surge uma bola duvidosa entendem-se. Se não chegarem a acordo, chamam o juiz árbitro que anda de court em court a observar se tudo corre bem. O árbitro ao chegar, observa a marca da bola na terra batida (questão mais comum) ou analisa as dúvidas que os jogadores lhe colocam. E decide. Muitos jogadores em bolas duvidosas dispensam sempre o árbitro e aceitam ter perdido o ponto, mesmo que na realidade a bola tenha sido fora.
Neste torneio, um jogador português (A), frequentemente colocava dúvidas sobre muitas bolas. Os companheiros, que já o conhecem dos inúmeros jogos nacionais, sabem que é uma característica dele. Recentemente, este jogador enfrentava nesse torneio um forte jogador de outro país (B). B não reagia às constantes bolas dentro dadas fora e bolas fora dadas dentro de A. Os companheiros de A assistiam envergonhados à cena. Iron man foi como ficou baptizado o jogador B pelos companheiros de A. O encontro foi ganho por A. No final, discretamente 3 companheiros de A foram pedir desculpas a B e disseram que nem todos os portugueses são assim. Iron man teve a oportunidade de constatar isso mais tarde. A minha homenagem sincera a todos os Iron man do ténis.
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