sexta-feira, 26 de março de 2010

O interesse do ténis


Todos sabemos que no ténis existe o problema da pescadinha de rabo na boca. Os patrocinadores não apoiam os tenistas e os torneios porque não existe visibilidade, e os tenistas e os torneios não evoluem e progridem porque não há patrocinadores. Depois disto, cada um tem a sua opinião, como seres humanos originais que somos.

Na Alemanha, sem torneios e sem ídolos, os alemães perderam o interesse pelo ténis. Muitos ainda não tinham nascido quando Boris Becker ganhou Wimbledon, pela primeira vez em 1985 aos 17 anos, numa das maiores surpresas da história do ténis. Acreditem, que em poucos dias, as lojas venderam 300.000 raquetes e o desporto tornou-se uma mania nacional. Quatro anos depois, Becker tornar-se-ia o número um mundial e conquistou praticamente tudo o que era possível no circuito mundial. Foi a época de ouro do ténis alemão que conquistou 3 Taças Davis e viu nascer outro grande jogador Michael Stich. Vinte anos depois, Stich conta à agência Reuters que existe uma enorme dificuldade para os promotores locais conseguirem patrocinadores para os seus torneios e a imprensa e TV ignoram simplesmente o circuito profissional.

Por outro lado, no Masters de Miami, os recordes de afluência de público são batidos dia após dia, e as entradas para a final masculina estão esgotadas há muito. Ontem, houve entradas de 14.355 pessoas e foi batido o recorde do ano de 2008 que era de 13.195.

Transportem para a realidade portuguesa, as ideias que foram sugeridas no que acabou de ler, e pense na importância de preservar os nossos tenistas, mesmo que não tenham ainda um plano de destaque e importância no mundo do ténis, pense que mesmo nos torneios mais modestos, existe muito trabalho invisível e pessoas que dedicam muito da sua vida a que tudo corra bem, sem qualquer outro interesse oculto. Pense, finalmente, no trabalho dos blogs e sites privados, feitos por pessoas que a troco de nada estão disponíveis para falar, analisar, ajudar e informar a pequena legião de outras pessoas que ainda gostam do ténis. Quando me perguntam, se gosto mais daquele do que do outro, respondo sempre - sou pelo bom ténis!
Nota : A foto representa o Centralito do Jamor, provavelmente o único ponto de unanimidade entre os praticantes e adeptos portugueses. É lindo.

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