segunda-feira, 22 de março de 2010

Os de fora, os do meio e os de dentro - Parte I


Considera-se que os de fora são o mercado consumidor de jornais em papel ou online, os do meios são os agentes que escrevem ou transmitem com o mercado e os do dentro são os clubes, jogadores e dirigentes, no fim de contas as fontes das notícias. Facilmente se compreende os milhões de matrizes de interesses diferentes que se encontram neste espaço, onde todos se acotovelam para obter o desejado.

O público procura as notícias, de preferência as agradáveis de conhecer. Esgravata, em toda a comunicação social para obter a informação, que é mais fiável se vier de encontro ao que pensa. Este público é alimentado pela notícias que os agentes transmitem. Os agentes, jornalistas e outros escribas associados (todos os anos entram no mercado da comunicação social cerca de 1.400 pessoas, a maior parte nem sendo jornalista), procuram avidamente notícias, se possível as mais escandalosas porque interessa vender muito. Vender o máximo possível. Quem vende mais é o melhor. Compreensível. Por isso pouco importa, se contamos mentiras, meias mentiras ou coisa nenhuma. Se uma mentira não vender muito, conta-se duas mentiras. Mas tudo deve ser feito de forma pausada, um escriba de cada vez e a escrever à peça. E agora que estamos na época dos escribas de 500 (numa alusão às lojas chinesas dos 300 e dos 500 escudos) euros, a competição torna-se feroz entre os do meio. Basta rever os textos escritos há mais de duas semanas e verifica-se imediatamente as mentiras que se contou. Mas, o público não volta atrás, para reler e comprovar e este jogo alucinante continua. Quando é com os outros, o público, rebola-se de riso a ler, e afirma "não são coisas do meu quintal, não tenho nada com isso", quando lhe toca a ele, então sim, é uma vergonha, dizem. Medonho. Mas a mim não me apetece falar do público. Cada um come o que quer, e se quiser repete. Nem tenho tiques de educador da classe operária, como alguns jornalistas. Pode, por exemplo, um clube de futebol ganhar o campeonato, porque o poder político acha que sim? Claro que pode, mas agora não é o momento de escrever sobre isso. No próximo post, escreverei sobre os agentes, os do meio, que em termos de talho deviam ser o lombo. Mas não. São os carniceiros. (continua)

O inimigo começa a ser perigoso quando começa a ter razão (Jacinto Benavente)

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