O encontro de ténis entre o francês Nicolas Mahut e o norte-americano John Isner foi suspenso pela segunda vez quando o score marcava 4/6, 6/3, 7/6(7), 6/7(3) e 59-59. Já aconteceram 10 horas de uma batalha épica (contra o anterior record de 6H33'), mais de 800 pontos disputados, tendo Isner anotado 98 ases indefensáveis e Mahut 93 (anterior recorde do croata Ivo Karlovic com 78), mais de 150 jogos e só o 5º set já leva 7H06'. Um jogo fantástico.
Cerca das 21 horas locais, estando o score em 58-59, quando servia Mahut com 0-30 contra, e depois 30-40 contra, salvou o match-point com o ás, e em seguida com outros dois ases empatou a 59, dirigiu-se o francês ao árbitro de cadeira Mohamed Lahyani e disse que já não via bola. Quero continuar mas já não vejo a bola, disse Mahut. O público começou a gritar - queremos mais, queremos mais. Isner numa curta entrevista disse - nada como isto acontecerá novamente, jamais. Todos sabem, Mahut, Isner, Mohamed e o público que assistiram a um acontecimento irrepetível. Todos vão fazer parte da história do ténis mundial.
Apenas uma nota negativa. O público, que na fase final, com os dois jogadores à beira do esgotamento, lutando com uma coragem épica, colocou-se do lado do americano de forma barulhenta, nomeadamente nos quatro match-points de que Isner dispôs. Se o facto acontecesse em Portugal até admitia. Mas em Inglaterra, pátria do fair-play foi desconcertante assistir a isso. Vi equipas a perder copiosamente e o público sempre a puxar pela sua equipa. Vi uma equipa parar de jogar por ordem do treinador para que o adversário empatasse, porque o golo conseguido tinha sido obtido de forma menos correcta. Se fossem só os jovens, até aceitava, porque são imaturos e injustos, e só os cabelos brancos trazem a harmonia e a tolerância. Mas não foram só os jovens, Isner ficou incomodado com isso e Mahut foi grande, muito grande. Mas amanhã há mais. Mais ténis. Não vi os jogos do Mundial é certo, mas assisti a um grande espectáculo. Inolvidável.
Sem comentários:
Enviar um comentário