terça-feira, 29 de março de 2011

Ricardo : No Leicester chamam-me lenda


Ricardo, boa tarde. Já está em Portugal?
Já, sim senhora!
Então ainda veio a tempo de votar nas eleições do Sporting.
Não... Nem vou sair de casa.
Mas não é sócio?
Sou.
Não me diga que nenhuma lista o procurou. Houve aí tanta caça...
Sim, procuraram-me, mas o meu apoio não tem de ser público.
E o que lhe diz este Sporting?
Vive um momento de convulsão, de transição, é preciso apelar ao bom senso porque a equipa ainda está a disputar jogos importantes, atrás de um objectivo. As pessoas têm de proteger a equipa.
O João Pereira tinha tocado nesse assunto. Afinal, de repente parece que no Sporting é tudo mau.
A questão também não pode ser levada para aí, isso também é dramatizar. Eu, se estivesse dentro, também não gostava de ter ouvido tanta coisa que foi dita, mas o essencial é que os jogadores que lá estão são profissionais dignos que merecem ser respeitados como tal.
Então ainda se imagina a jogar na Premier League...
Sim, esse foi um dos factores principais que me fizeram aceitar a proposta, esse e o treinador que me chamou.
Eriksson.
É um homem pelo qual todos os jogadores têm um grande apreço. A sua insistência foi grande e quero ajudar, tenho tido alguns contratempos, numa semana uma lesão num dedo do pé, na outra num dedo da mão, mas tenho feito das tripas coração para tentar ajudar.
O Ricardo não é propriamente desconhecido para os ingleses, certo?
É uma sensação fantástica. Ainda por cima tudo isto vem de um futebol honesto, sério, no qual me revejo muito. Estou num clube com outra cultura, onde há contacto com os miúdos da formação, são eles que nos limpam as botas, na esperança e no sonho que algum dia alguém limpe as deles. Em Inglaterra este espírito é normal, ainda existe, temos contacto com os mais novos e eles chamam-me "a lenda", "a lenda", "a lenda"! Viram-me defender com 13 ou 14 anos e hoje alguns treinam e jogam na equipa principal. Há muito respeito. No final do jogo com o Portsmouth, do Ricardo Rocha, o treinador de guarda-redes deles veio pedir-me a camisola. São coisas que nos fazem bem e nos enchem o ego... (extracto de uma entrevista ao ionline.pt)

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