terça-feira, 29 de junho de 2010

No fio da navalha

Uma característica actual dos novos portugueses é passar rapidamente da euforia à depressão. Portugal perdeu, que se há-de fazer? Fazer as malas e regressar a casa. Para os mais velhos como eu, que já passei praticamente por tudo, temos que esperar por uma nova oportunidade se houver tempo para isso. Já não temos nada a perder. Todos temos mais de 60 anos. Não devemos nada à vida, porque estamos velhos, nem à Pátria nem ao Estado, porque cumprimos mais que as nossas obrigações.
Os mais novos terão certamente outras oportunidades, de saber o que é ser português, de aprender portuguesismo, se quiseram, fazendo outras coisas que não seja pôr bandeiras nos automóveis ou janelas, ou andar com cachecois ao pescoço. Gostar de Portugal é muito mais do que isso. E já agora, não arranjar bodes expiatórios para os insucessos, nem culpados para os que lutaram. E quanto a essa questão de não ser totalmente português, acredito mesmo que os que invocam esses argumentos se venderão como Judas, com as primeiras moedas.

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