sexta-feira, 2 de julho de 2010

Terapias


Muitas pessoas e amigos me perguntam quando verdadeiramente comecei a interessar-me pelo ténis, visto que nunca fui jogador e poucas vezes peguei numa raquete. Há anos, estava com uma depressão que me consumia lentamente e prejudicava a minha vida e, por consequência a da minha família. Naquele dia, saí de casa e apanhei o comboio da linha de Cascais com destino a Lisboa. Resolvi sair do combóio e andar por ali, e passado um tempo comecei a ouvir o ploc, ploc, ploc do bater de uma bola de ténis. Entrei. Era o Carcavelos Ténis Clube. Uma esplanada magnífica dominava vários courts de ténis. Sentei-me, pedi uma água fresca e estive até ao anoitecer a observar os jovens a treinarem. Eram muitos, e batiam bolas com enorme prazer, ao mesmo tempo que ouviam os conselhos dos treinadores e monitores.

No dia seguinte lá estava eu. E no outro dia também. E todos os dias o mesmo. Comecei a assistir a torneios de juvenis. Lentamente, um a um comecei a conhecê-los quase todos. Tornou-se um vício. Comecei a andar de torneio em torneio, a apontar resultados e a pouco e pouco, todos falavam comigo e passei quase a conselheiro de muitos. Acabou a depressão. Tenho a mesma sensação que tem os pescadores, que passam horas na pesca esquecendo tudo e todos e desligando-se dos problemas e das aflições do dia a dia. Emagreci, deixei de fumar. A família começou a queixar-se que passava muito tempo fora de casa, quando antes dizia que nunca saía de casa. Muita coisa mudou desde então. Mas que passar uma tarde no ténis, é uma das melhores coisas que conheço, disso, não tenho dúvidas.

Sem comentários:

Enviar um comentário