segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Le Grand Chef


Um amigo fez-me chegar às mãos esta pérola. Com o título "Prize-money"...não é fundamental, aqui vai a transcrição do texto : Aquando da apresentação do Circuito School Eventos/FPT logo houve quem quisesse saber o que pensava a Federação fazer em relação ao "prize-money" do Campeonato Nacional Absoluto, o qual ainda continua por revelar. Para o líder da FPT a questão não encerra muitas dúvidas : "se houver patrocinador há 'prize-money', caso contrário não. Não vamos usar dinheiros, públicos para pagar prémios a jogadores". Vincando "que através das parcerias que temos, estamos a envidar todos os esforços para conseguir concretizar esse anseio mas a nossa posição é clara. Depois, não estou convencido que a conseguir-se um 'prize-money' isso traga os melhores jogadores. Vamos tentar conciliar vontades mas reconheço que não é fácil". (in tenis magazine do jornaldogolfe.com)

Pronto. Não está nada claro, mas é assim que o senhor pensa. Ou despensa para ser correcto. Transcrevo então o segundo texto de um homem sem medo : É pena sermos pequeninos, mas pior que isso é pensarmos pequenino. Foi com muita pena minha que não participei este ano no Campeonato Nacional Absoluto. Alguns dirão que foi birra, outros provavelmente falta de coragem, mas a todos esses respondo no court onde e quando quiserem, desde que haja um objectivo. Não acredito que haja alguém minimamente racional, que tenha a sorte de fazer aquilo que gosta na vida, que saia de manhã de casa para o trabalho sem um objectivo. Seja ele o mais pequeno. Seja ele o mais insignificante. Eu pergunto : Há prestígio em ser-se campeão nacional num torneio que não serve literalmente para nada?

Não acredito também, que haja alguém que seja capaz de pagar ao seu patrão para trabalhar. Ora, era isto que a Federação Portuguesa de Ténis pedia a todos os jogadores inscritos. Vocês vêm jogar o Campeonato Nacional Absoluto, pagam-nos a inscrição, arcam com as despesas todas, alguns ainda faltam ao trabalho, mas no final têm o prestígio de serem campeões nacionais. No meu ponto de vista, só foi jogar quem não sabe somar um mais um, mas realmente os portugueses nunca se viraram muito para a matemática (a pior média das disciplinas em Portugal não é? Porque será?).

A FPT justificou a falta de prize-money no Campeonato Nacional Absoluto com a actual conjectura económica. Justificaram-se ao dizer que andaram à procura de parceiros por mais de 40 empresas, mas aqui faço mais umas perguntas : Será que procuraram esses parceiros, a meio do ano, quando todas as empresas já têm os orçamentos anuais feitos, e onde a margem de manobra é praticamente nula? Será que a FPT quando recebe as verbas anuais do Estado, não deverá pôr imediatamente de parte a verba para o prize-money do Absoluto, sabendo que é a prova para "supostos" profissionais? É por estas e por outras que os parceiros não aparecem...

Mas mais incrível do que tudo são as declarações que vou ouvindo por aí, da parte dos responsáveis da FPT. A Federação andou o ano todo a pedir compreensão dos jogadores, pois iria ser um ano complicado para todos. Eu pergunto : Nesses "todos", estarão incluídos os jogadores? Sendo que os jogadores terão de compreender os problemas da Federação, será que Federação compreende os problemas dos jogadores? Será que os problemas deste ano não serão uma acumulação de muitos anos de problemas? Se bem me lembro, no final do ano passado houve uma prova, que eu considero importante, onde os jogadores viram reduzidos o seu prémio para menos de metade, e onde eles próprios se viram reduzidos. Já durante este Campeonato, fiquei algo perplexo com declarações do género de : "a falta de atletas de topo deve-se ao facto de estes terem atingido um nível competitivo muito elevado","A falta de prize-money não retirou prestígio ao Campeonato Nacional, pois dá o título de Campeão, o que é muito importante para todos os jogadores" e ainda "Em Espanha , o prize-money foi de 100.000€ e o primeiro cabeça de série era o 17º melhor jogador espanhol". Aqui ficam mais umas perguntas : o Frederico Gil e o Rui Machado quando eram 500 do mundo não vieram jogar o Nacional? Que ranking têm jogadores como Leonardo Tavares, João Sousa, Pedro Sousa, Gastão Elias, Gonçalo Falcão, etc. para terem atingido o tal nível competitivo tão elevado? Será que para estes jogadores é assim tão importante a placa de Campeão Nacional Absoluto, para não marcarem presença? Será que os 16 melhores jogadores espanhóis não conseguem viver dos torneios ATP? Será que para esses 16 lhes interessa a placa de Campeão Nacional Espanhol? Será que alguma vez vamos aprender com eles? (escrito por Hugo Anão, a 12 de setembro de 2009, no umpequenorodizio.blogspot.com)

Outra pequena transcrição : Portugal é um mistério para mim. Tem óptimas condições para a prática e desenvolvimento da modalidade : as condições climatéricas são propícias, há boas infra-estruturas, bons professores e bons atletas. Não percebo porque não surgem mais e melhores atletas de alto rendimento...(Prelector uruguaio Gabriel Pacheco no curso de formação da AT Lisboa)



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