quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O tenista filósofo


Eu descobri que gosto muito de Tipsa. Ler muito pode ser perigoso, e ser demasiado inteligente, leva à infelicidade. Janko Tipsarevic, o "intelectual" do ténis, decidiu parar para não enlouquecer. Dei conta que estava lendo demasiado, começando a duvidar de mim, da vida, da profissão e do ténis. Parei um pouco, admitiu o sérvio de 24 anos e número 47 do ranking mundial. A beleza salvará o mundo, diz a tatuagem que Tipsarevic leva no braço. Esta frase do escritor russo Fiodor Dostoievski e um notável encontro que perdeu por 10-8 no quinto set ante o suiço Roger Federer no Auatralia Open 2008 trouxeram-lhe a fama. Mas Tipsarevic quer parar, quer ser visto como um tenista e não como um "intelectual" do desporto que devora livros de filosofia.

Aquilo foi um período da minha vida em que estava realmente louco e lia livros. Continuo a ler muitos mas não tantos. O mundo do desporto em geral não é muito amigo da leitura mas sim da play-station. Guillermo Villa escrevia poesia e compunha canções nos anos 70, mas Lionel Messi, talvez o melhor jogador de futebol do planeta, admite só ter lido um livro na sua vida - Yo soy el Diego, sobre a vida de Diego Maradona - e parece que nem chegou a terminá-lo.

Janko Tipsarevic venceu ontem o gigante norte-americano Andy Roddick no US Open pelos parciais de 3/6, 7/5, 6/3 e 7/6(4), e provocou a primeira grande surpresa do torneio.

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